A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica, não transmissível, nos quais os níveis de pressão arterial encontram-se persistentemente elevados.
Não existe uma causa única para HAS e geralmente sua ocorrência está relacionada a uma interação entre fatores ambientais (como dieta não saudável, rica em sódio, sedentarismo e ganho de peso), fatores sociais e fatores genéticos.
Estima-se que aproximadamente 30% dos adultos sejam hipertensos. Entretanto, a prevalência da doença aumenta com a idade, sendo que 70% dos idoso acima de 70 anos são portadores de HAS.
Devemos ter em mente que a doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo e a HAS está associada em até 45% de todos estes eventos. Em todo mundo, estima-se que a HAS acometa 1,13 bilhões de pessoas e seja diretamente responsável por mais de 10 milhões de mortes.
A hipertensão está intimamente relacionada ao desenvolvimento de acidente vascular encefálico (o chamado AVC ou derrame), infarto do miocárdico, insuficiência cardíaca, doença renal crônica (inclusive com risco de hemodiálise), doença arterial obstrutiva periférica, retinopatia, dentre outras complicações.
Infelizmente, a hipertensão arterial sistêmica é frequentemente uma patologia que não causa sintomas. E o resultado disso é que uma proporção significativa das pessoas que são hipertensas, por estarem assintomáticas, não são diagnosticadas com a doença, e dessa forma, deixam de receber o tratamento recomendado, permanecendo então, com alto risco de desenvolvimento de complicações cardiovasculares.
Daí a necessidade da avaliação médica e da simples medida / aferição da pressão arterial.
A simples aferição da pressão arterial faz o diagnóstico de hipertensão artérial sistêmica quando a pressão arterial encontra-se persistentemente (pelo menos em 2 medidas) acima de 140 x 90 mmHg.
Indicamos para todos pacientes uma série de intervenções não farmacológicas (sem uso de remédio), que tem potencial de reduzir os níveis tensionais, e com isso reduzir de maneira significativa o risco de ocorrência de eventos cardiovasculares. Dentre elas, podemos citar:
– controle do peso
– dieta saudável
– redução do consumo de sal
– atividade física (aeróbica e de resistência)
– evitar consumo de álcool em grande quantidade
– cessar tabagismo
Além disso, para os pacientes de menor risco cardiovascular que não atingem níveis tensionais adequados com a estratégia de mudança de estilo de vida ou para todos os pacientes de maior risco cardiovascular, indicamos terapia farmacológica (com medicação).
Estima-se que o controle da pressão arterial com uso das medicações esteja associado a diminuição significativa do risco relativo de desfechos maiores: 37% para acidente vascular encefálico (AVC), 22% para doença arterial coronariana (DAC), 46% para insuficiência cardíaca (IC) , 20% para mortalidade CV e 12% para mortalidade total.
Assim, é de suma importância o diagnóstico da HAS e o tratamento adequado. Mas para que isso ocorra, o primeiro passo é a consulta com seu médico de confiança.
Você já passou pelo seu médico este ano?
Um abraço e até a próxima.