Estima-se que a cada ano, 4% da população mundial seja submetida a algum procedimento cirúrgico. Em matemática simples, considerando que atualmente coexistimos com cerca de 7 bilhões de pessoas no mundo, poderíamos estimar 280 milhões de procedimentos cirúrgicos em todo mundo a cada ano!
Infelizmente, apesar dos melhores esforços empregados na realização desses procedimentos, 7-11% dos pacientes submetidos a eles apresentam algum tipo de complicação perioperatória e 0,8-1,5% morrem em decorrência dessas complicações.
As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de complicação perioperatória, ocorrendo em até 42% desses cenários.
Visualizando este contexto, fica mais claro o entendimento do porque a avaliação perioperatória pelo cardiologista é tão importante.
A consulta perioperatória tem como objetivos:
- Identificação de doenças, muitas vezes silenciosas, através da anamnese / história clínica e exame físico, que possam impactar o desfecho da cirurgia.
- Avaliação de capacidade funcional do indivíduo (que correlaciona-se fortemente com o risco cirúrgico).
- Estimar o risco intrínseco do procedimento a ser realizado.
- Estimar o risco cardíaco associado a realização do procedimento.
- Realização de exames específicos caso necessário.
- Minimizar complicações através de terapias específicas em pacientes com maior risco de complicações.
- Orientações gerais e eventualmente, recomendação acompanhamento e monitorização durante o período perioperatório.
O acompanhamento e avaliação conjunta do cardiologista, do cirurgião e do anestesista objetiva então identificar quais as complicações mais prováveis e intervir a fim de minimizar a sua ocorrência.
Alguma dúvida?
Até a próxima.